A dor para completar os 1.500m, a última das dez provas do decatlo, não diminui a felicidade Carlos Chinin. O paulista, que quase largou o atletismo depois de um grave acidente em que caiu fora do colchão no ano passado, mudou de técnico e cresceu tanto que brigou até o fim por uma medalha no Mundial de Moscou. Ele teve um domingo de atuações perfeitas e terminou a competição na sexta posição, com 8.388 pontos, somente cinco a menos que seu recorde sul-americano e a apenas 124 pontos do pódio. Ele prometeu dar um susto em favoritos como o americano Ashton Eaton. O recordista mundial e campeão olímpico agora é também campeão mundial e conheceu um adversário em ascensão.
- Foi por um triz. Sinto que estou sobrando ainda. É um ano de adaptação para mim, por ter mudado meu treinamento, e já consegui ficar em sexto lugar no Mundial. Estou muito feliz. Este ano eu me apresentei para o mundo. Mandei a mensagem: “Vocês do decatlo, o Carlos Chinin está aqui. Não é para acharem que é o bam bam bam.” Estou cutucando esse pessoal – disse o brasileiro, em êxtase por seu feito.
O decatleta mostrou que está bem preparado. Abriu a competição com um recorde pessoal nos 100m rasos (10s78) - apenas o primeiro de quatro. Não fosse por um incômodo no pé esquerdo que o fez ter um desempenho abaixo da sua média no salto em altura, Chinin teria feito seu melhor primeiro dia.
Ele avisou que era apenas o aquecimento, e mostrou que estava certo. Teve uma manhã de perfeita, com recordes pessoais nos 110m com barreiras (14s05) e no salto com vara (5,10m), além de um melhor marca da temporada no lançamento de disco (45,89m). Ele ainda teve fôlego para fazer mais um recorde pessoal, agora no lançamento de dardo (59,98m) e completar os desgastantes 1,500m. Os resultados foram tão bons que Chinin já fala em medalha olímpica.
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