Desde a tarde desta quarta-feira, a parte alvinegra de Belo Horizonte já se encontrava em um estado de euforia, ansiedade e otimismo. No Mineirão, quase 60 mil vozes representaram outros milhões de atleticanos. Foi com este apoio que a Massa recebeu Victor, Michel, Réver, Leonardo Silva, Júnior César, Pierre, Josué, Ronaldinho, Bernard e Diego Tardelli e Jô. Nas arquibancadas, a frase que se tornou um mantra para todo atleticano foi sendo formada aos poucos em um mosaico que preencheu todo o Gigante da Pampulha: Galo, Yes, We CAM. Em seus 105 anos de história, o Atlético-MG viveu sua noite mais importante. Em 90 minutos da mais pura emoção, o Galo conseguiu vencer por 2 a 0 e levar a decisão para a prorrogação e, em seguida, para os pênaltis.
Cuca profetizou na semana passada. Com o Galo, tudo é no sofrimento. E nos pênaltis, o Galo se tornou o mais novo dono da América! É campeão!
FERROLHO DECANO TRAVA OS ANFITRIÕES
O Galo entrou em campo e Ronaldinho disparou. Assim como disparou Tardelli na ponta direita. O cruzamento rasteiro saiu um pouco além da conta e Jô, por centímetros, não inaugurou o placar. Com dez minutos de jogo, o Atlético já tinha chegado por pelo menos três vezes. Apesar do Os visitantes se arriscavam nos lançamentos longos, quando não recorriam aos chutões. Com 1/3 do primeiro tempo jogado, os paraguaios protagonizaram o primeiro lance de extremo perigo do jogo. Bareiro invade a área pelo lado esquerdo e só não cala o Mineirão porque Victor não quis que assim fosse.
Precisando superar o ferrolho decano, o Atlético parava na forte marcação do Olimpia. Jô encontrava muitas dificuldades quando recebia a bola de costas para o gol. Bernard e Ronaldinho procuravam nos chutes de longe o tento inicial da partida. Nas subidas ao ataque, Réver e Leonardo Silva não conseguiam o cabeceio ideial. Faltava movimentação. Quando tocavam na bola, os atleticanos encontravam quatro, cinco, seis adversários em volta. E por mais uma vez, o Olimpia trocou passes, penetrou pela esquerda do campo e exigiu que Victor fizesse outro dificil bloqueio.
Cuca chamava seus homens à beira do campo. Josué se estranhava com um paraguaio no círculo central. Nas cadeiras, a Massa refletia o semblante de um time que ameaçava acusar o desespero. Os olhos pareciam ver as mesmas jogadas sendo repetidamente anuladas pelo muro mo qual se transformava a defesa do rival. Com a ar pesado, os jogadores foram para o vestiário antes de tentar reverter o resultado nos próximos 45 minutos.
SOFRIMENTO É RECOMPENSADO E GALO LEVA JOGO PARA A PRORROGAÇÃO
Rolou a bola no segundo tempo, e o Galo voltou sem seu cão de guarda. Com dores, Pierre ficou no vestiário, enquanto Rosinei foi para o jogo. Assim como diz as letras de seu hino, o Atlético precisaria lutar, lutar e lutar. E lutou. Aproveitando a falha da zaga, Jô tirou o jejum de oito jogos sem gols e finalizou no canto direito de Martín Silva. A ausência da tradicional comemoração com Ronaldinho significava que ainda não tinha nada ganho. Mas o tento logo no primeiro minuto dizia à Massa que ainda restavam 44 voltas no relógio. E ela, entendeu. Mais um vez, torceu contra o vento e incendiou o Mineirão.
Mais solto em campo, o Olimpia ficou ainda mais vulnerável aos ataques do Galo. Jô, mais uma vez, quase marcou. Tardelli, de cabeça, carimbou a trave e o coração do torcedor atleticano. Era o Atlético que todos gostariam de ver desde o início de jogo. Exercitando a paciência por causa da constante catimba, a blitz dos mineiros continuava no gol às esquerdas da cabine. Ronaldinho chamou a responsabilidade que tanto queriam. Serviu Júnior César, que desperdiçou a chance do segundo. Na sequência, sofreu uma falta próxima à grande área. Mais presente em campo, R10 contou com um Atlético mais dinâmico para atacar com perigo.
Cuca ousou e colocou Alecsandro no lugar de Michel, lateral-direito. Querendo segurar a qualquer custo, Ever Almeida promoveu a entrada do Giménez. Faltavam 15 minutos. Embalados pelo 'eu acredito', o Atlético foi pra cima. No chute de Tardelli, um Mineirão inteiro gritou pênalti, não assinalado pelo árbitro. Seria uma das últimas chances do camisa 9, substituído por Guilherme. Aos 38 minutos, Ferreyra driblou Victor e teve o gol do título nos seus pés. A escorregada do atacante parecia ser um sinal de que a sorte ainda estava do lado atleticano. Leonardo Silva tratou de fazer o lance valer a pena. No cruzamento de Bernard pela direita, Leo testou no ângulo. 2 a 0 Galo, que levava o jogo para a prorrogação e ainda contaria com o segundo amarelo de Manzur, do Olimpia. Seguia a saga atleticana.
LANCENET!
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