sexta-feira, 27 de julho de 2012

Da tradição à cultura pop: Londres abre Olimpíadas com sons e cores


Londres, tão cosmopolita, com gente de tantas cores, tantos pensamentos sobre tudo, tantas crenças e descrenças, soube ser aquele mosaico que ela própria é, e que as próprias Olimpíadas são, na cerimônia de abertura dos Jogos de 2012. Da arte mais erudita à cultura mais pop, da maior sobriedade à extravagância mais gritante, do drama ao humor, uma festa de quase quatro horas deu boas-vindas ao mundo nesta sexta-feira, no Estádio Olímpico. A apresentação do ex-Beatle Paul McCartney e o acendimento da tocha por um grupo de sete jovens atletas britânicos foram o ponto alto da histórica noite londrina.
Não foi uma cerimônia tão empolgante quanto a de Pequim 2008, mas deixou marcas. A coordenação do evento foi de Danny Boyle, cineasta responsável por filmes como "Trainspoiting" e "Quem quer ser um milionário?". Ele privilegiou a música britânica, aproveitando uma frase tirada de Shakespeare, sobre a "ilha de sons" que receberá as Olimpíadas. A festa teve de tudo: da Rainha Elizabeth II a Harry Potter; de James Bond a Amy Winehouse; de Mr. Bean aos maiores grupos de rock da história.
E, acima de tudo, teve Paul McCartaney. Ele fechou a festa. Emocionou com duas músicas: "Hey, Jude" e "The End". A segunda deixa uma mensagem de paz ao dizer que, no final das contas, o amor que você recebe é o mesmo que você cativa.

Com o cavaleiro Rodrigo Pessoa como porta-bandeira, os atletas foram saudados pela presidente Dilma Rousseff. Eles chamaram a atenção do público pela roupa nada discreta: calça verde para os homens, saias ou verdes, ou amarelas para as mulheres. Os jogadores do time masculino de basquete pareciam particularmente eufóricos. Afinal, o Brasil esteve fora das Olimpíadas por 16 anos na modalidade.
Delegação do Brasil em Londres (Foto: Agência AFP)
Usain Bolt, o homem mais veloz do mundo, capitaneou a delegação da Jamaica. A cada passo, foi alvo de incontáveis flashes. Sorridente, dançou ao ritmo da música que tocava de fundo. Foi rápido até ali: chegou a ficar alguns metros à frente dos compatriotas que o seguiam. Maria Sharapova, tenista russa, causou sensação parecida nos presentes. Os Estados Unidos também causaram impacto.
Usain Bolt, Deleção da Jamaica (Foto: Agência Reuters)

Mas a maior expectativa era pelos shows. E por Paul McCartney em especial. O clima beatlemaníaco já foi animado com a banda "Arctic Monkeys", que apresentou a música "Come Togheter", um dos grandes clássicos do grupo de Liverpool. Entre um show e outro, aconteceram os discursos oficiais, incluindo a declaração de abertura, de parte da Rainha.

Antes de Paul subir ao palco, ocorreu o hasteamento da bandeira olímpica (carregada por Marina Silva, ao lado de outras sete personalidades políticas, e levada às mãos de Muhammad Ali) e o acendimento da tocha. Ela chegou de lancha, com David Beckham, e depois foi carregada por outros atletas até as mãos de sete promessas do esporte britânico. Foram eles que acenderam uma estrutura, como se fosse uma flor com pétalas em chamas, que depois se ergueu no centro do gramado.

E veio a vez de Paul. Ele começou a apresentação com "The End". Depois, cantou "Hey, Jude", quando o relógio já marcava quase quatro horas de festa. O estádio se emocionou. E os atletas dançaram, cantaram, brincaram, cobertos pela luz saída da tocha. Se houve um momento para cair a ficha de que eles estão nas Olimpíadas de Londres, foi aquele.
Pira Olímpica abertura olimpíadas londres 2012 (Foto: Reuters)

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